Juros Futuros sobem em curto prazo e caem nos demais, refletindo expectativa do IPCA de maio e correção de alta anterior.

Os juros futuros encerraram o pregão de hoje com movimentações distintas nos diferentes prazos de vencimento, refletindo a expectativa em torno do IPCA de maio, que será divulgado amanhã, além de uma correção da alta registrada na sessão anterior.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 ficou em 10,635%, enquanto a do DI para janeiro de 2026 encerrou em 11,27%. Já os contratos para janeiro de 2027 e 2029 apresentaram taxas de 11,60% e 11,94%, respectivamente.

Os profissionais do mercado financeiro destacaram que as taxas subiram na sexta-feira, o que abriu espaço para um ajuste. No entanto, a recuperação das altas anteriores foi moderada. Isso porque, no final da tarde da sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu informações falsas vazadas após uma reunião com representantes do mercado. Ele assegurou que não haveria mudanças nos limites do arcabouço fiscal e se mostrou disposto a contingenciar gastos.

Por outro lado, o governo tem demonstrado interesse em dialogar sobre a Medida Provisória do PIS/Cofins, que será utilizada para compensar as perdas decorrentes da desoneração da folha de pagamentos. A MP foi criticada pelo setor produtivo. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo intensificará as negociações a partir de agora.

No cenário internacional, o dólar continuou em alta, chegando a R$ 5,35, e a T-Note de dez anos registrou taxa de 4,45%. Além disso, as preocupações com a reunião do Fed e os dados de inflação de maio mantiveram os investidores atentos.

Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, apontou a pressão nos juros de curto prazo devido à percepção de que não há mais espaço para redução da Selic. Ele destacou a preocupação do presidente do Banco Central, Campos Neto, em relação ao descompasso entre as políticas fiscal e monetária.

Diante do quadro econômico atual, as projeções para a inflação e a taxa Selic foram ajustadas na pesquisa Focus, com uma mediana de 3,90% para 2024 e 3,78% para 2025. A expectativa é de que a Selic se mantenha estável em 10,50% na próxima reunião do Copom, em junho.

Os investidores adotaram uma postura mais defensiva antes da divulgação do IPCA de maio, levando em consideração os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. Com isso, o mercado segue atento às oscilações e notícias econômicas que podem influenciar as decisões de investimento.

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