O interior de Santa Catarina, mais precisamente a pequena cidade de Palmitos, viu nascer um personagem inusitado: Elio Copini. Um contador de uma oficina mecânica de família que acabou se tornando um ícone do cinema de terror e fantasia, vivendo personagens assustadores e misteriosos nas telas.
Conhecido por ser um homem tranquilo e ponderado, Elio nunca imaginou que sua vida tomaria rumos tão inesperados. Tudo começou com visitas ao Teatro do Biriba, um circo itinerante, que despertou nele o sonho de se tornar ator. Mas ao invés de palcos e picadeiros, ele encontrou sua vocação nas telas de cinema, graças à parceria com o diretor Petter Baiestorf.
Ao longo de quase 30 anos de amizade e colaboração, Copini e Baiestorf realizaram mais de 20 filmes juntos, consolidando uma carreira no cinema fantástico e independente. Esse cinema artesanal, fora dos padrões tradicionais, se tornou um espaço de liberdade criativa para jovens rebeldes dos anos 90, que desafiavam as convenções culturais locais.
O estilo único de filmes de Copini e Baiestorf, batizado de gorechanchada, misturava elementos do cinema B dos Estados Unidos com a comédia, resultando em obras marcantes como “Raiva”, “Primitivismo Kanibaru na Lama da Tecnologia Catódica” e “Zombio 2: Chimarrão Zombies”.
Elio Copini faleceu aos 54 anos em maio, deixando um legado de filmes cultuados por fãs e admiradores do cinema independente. Sua trajetória, que começou nas oficinas mecânicas de Palmitos, se transformou em uma jornada de descoberta e realização artística, levando-o a lugares inimagináveis e personagens inesquecíveis.
Seu talento e coragem em se reinventar a cada personagem o tornaram uma referência no cinema de terror nacional, e sua memória será lembrada por todos aqueles que tiveram o privilégio de assistir às suas atuações memoráveis nas telas.