Em sete anexos, Lessa tentou se apresentar como um ex-PM respeitado no meio policial, com boas relações entre milicianos e policiais. Ele apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes do crime contra Marielle, além de implicar o delegado Rivaldo Barbosa.
Além disso, o ex-policial contradisse outras investigações da Polícia Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro, revelando informações inéditas sobre o caso. Lessa indicou a origem e destino da submetralhadora utilizada no crime e apontou milicianos de Rio das Pedras como responsáveis pela ocultação da arma.
Outro ponto abordado na delação foi o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, que foi apontado pelas investigações como envolvido no caso. Lessa aliviou as acusações contra Suel, afirmando que ele não sabia do planejamento do crime.
Além disso, Lessa distanciou-se do ex-vereador Cristiano Girão, que também foi suspeito no caso. Ele negou que Girão tenha sido o mandante da morte de André Henrique da Silva Souza, e afirmou que não o conhece pessoalmente.
O acordo de delação prevê que Lessa cumpra 18 anos de prisão em regime fechado, seguidos por dois anos em regime semiaberto e mais dez em livramento condicional. A transferência de Lessa para um presídio em São Paulo foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes após reclamações da defesa do ex-policial.
A delação de Ronnie Lessa trouxe novas informações e reviravoltas no caso Marielle Franco, trazendo luz a um dos crimes mais emblemáticos do Brasil nos últimos anos. As revelações do ex-policial prometem impactar significativamente as investigações e o desfecho do caso.