Ronnie Lessa, em sua delação, afirmou que receberia áreas para loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio como pagamento pelo crime. Esses relatos evidenciam a conexão entre os grupos milicianos e os poderes constituídos, demonstrando a influência nociva dessas organizações na sociedade e na política.
Estudos apontam que as milícias no Rio de Janeiro possuem origens nos grupos de extermínio da Baixada Fluminense dos anos 60, que se consolidaram e se expandiram ao longo do tempo. Hoje, esses grupos têm controle territorial, financeiro e eleitoral em diversas regiões, contando com o apoio de servidores públicos, empresários e membros do judiciário.
Além disso, as milícias ampliaram suas atividades para além da segurança e do assassinato, envolvendo-se em negócios imobiliários ilícitos, controle de serviços urbanos e até mesmo em destruição de áreas ambientais. Essas práticas corruptas e criminosas demonstram a influência nefasta das milícias na vida da população e na estrutura do Estado.
Diante desse cenário, é fundamental uma ação enérgica e coordenada para enfrentar e desmontar essas organizações criminosas, que representam uma ameaça à democracia e ao estado de direito. A participação dos políticos e militares nesse combate é essencial, mas até o momento, a falta de vontade política tem impedido a efetiva desarticulação das milícias.
Portanto, é imprescindível investigar e avaliar cuidadosamente as ligações e histórico dos candidatos que concorrerão nas eleições, a fim de evitar a perpetuação e o fortalecimento dessas estruturas criminosas no país. A luta contra as milícias é uma batalha pela justiça, pela transparência e pela integridade das instituições democráticas.