Surpreendidos pela novidade do movimento, os seguranças de shoppings e espaços privados agiram de forma truculenta para dispersar os encontros, o que gerou um debate público sobre a discriminação e a carência de áreas de lazer nas periferias. Darlan Mendes, em sua casa em Mogi das Cruzes, contou que os seguranças já o perseguiam e os superprotegiam antes mesmo de qualquer evento, devido à sua influência na organização dos rolezinhos.
Atualmente, Darlan trabalha com um número reduzido de jovens em sua casa, a DM House, preparando-os para o sucesso nas redes sociais e para lidar com as consequências financeiras repentinas. Além disso, ele acolhe jovens de famílias abastadas, orientando-os sobre como se comunicar melhor com a periferia. Darlan destaca que esses jovens já possuem recursos financeiros e tecnológicos, mas buscam uma maior proximidade com o público da periferia.
A DM House tornou-se conhecida por investir nos “biscoitos”, dublagens e divulgações de músicas nas redes sociais, feitas por jovens talentosos. Além disso, a casa abriga pessoas com outros talentos, como cantores, comediantes, imitadores e jogadores mirins de futebol. Darlan explica que a beleza nem sempre é um fator determinante para o sucesso nesse mercado, e que até mesmo a “feiura” pode ser explorada de forma positiva.
Para manter a casa, Darlan investe cerca de R$ 30 mil mensais, provenientes de patrocínios e do trabalho como agenciador dos influenciadores. Apesar das mudanças ocorridas nos últimos anos, Darlan destaca que ainda enfrenta a resistência dos vizinhos, que costumam acionar a polícia ao verem os jovens da DM House. Ele acredita que os chamados falsos de crime são motivados por preconceito racial.
Darlan considera que o movimento dos rolezinhos está adormecido e expressa sua posição contrária aos pancadões, defendendo a organização, diversão, cultura e lazer, sempre com respeito. A DM House se destaca no mercado de criação de conteúdo e influência digital, sendo procurada por grandes produtoras devido aos números expressivos conquistados pelos jovens ali acolhidos.