Ministro do STF dá prazo para governador de SP se manifestar sobre lei de escolas cívico-militares, contestada por deputados do PSOL.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, estabeleceu um prazo de 10 dias para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se manifeste sobre uma ação de inconstitucionalidade da lei que instituiu o programa de escolas cívico-militares no estado. A ação foi apresentada por deputados do PSOL, que alegam que a lei vai contra princípios constitucionais e desrespeita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Recentemente, Tarcísio sancionou a lei que cria as escolas cívico-militares em São Paulo, um modelo educacional com forte influência bolsonarista. O governador justifica a implementação desse modelo como uma forma de melhorar os indicadores educacionais no estado, prometendo superar a meta de 100 escolas militarizadas.

No entanto, os deputados do PSOL argumentam que o modelo proposto por Tarcísio desvaloriza a categoria dos educadores, uma vez que prevê a substituição gradual de profissionais da educação por militares. Além disso, a proposta estabelece que os policiais militares da reserva que atuarem nessas escolas recebam um salário superior ao dos professores da rede estadual.

Diante da complexidade e relevância do tema, Gilmar Mendes solicitou que o governador se manifeste sobre a lei no prazo estipulado. Após a resposta de Tarcísio, o advogado-geral da União e o procurador-geral da República terão cinco dias para apresentar suas considerações.

É importante ressaltar que o modelo de escolas cívico-militares adotado por Tarcísio em São Paulo é o mesmo contestado no Paraná e que está sendo analisado pelo STF. A aprovação da lei no estado paulista pode pressionar o Supremo a se posicionar sobre a constitucionalidade desse modelo, já que alguns especialistas afirmam que estados e municípios não têm autonomia para criar seus próprios modelos de ensino sem respaldo na legislação federal, como a LDB.

Assim como aconteceu com o homeschooling, o Supremo pode considerar inconstitucional a iniciativa de estados e municípios de implementarem modelos de escolas cívico-militares sem respaldo legal, o que pode gerar um novo debate sobre a competência legislativa nessa área.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo