Ministro da Fazenda defende restrição de créditos tributários para reduzir gastos: “Medida visa transparência e saneamento fiscal”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se pronunciou nesta sexta-feira (7) em São Paulo sobre a resistência da indústria à medida provisória que restringe o uso de créditos tributários de PIS/Cofins. Haddad afirmou que a resistência tende a diminuir à medida que o setor industrial compreender a intenção do governo em reduzir os gastos tributários. Segundo o ministro, a medida visa sanear um gasto tributário que aumentou de R$ 5 bilhões para R$ 22 bilhões em três anos, destacando que não é justificável um gasto específico de crédito presumido.

Na última terça-feira (4), o Ministério da Fazenda apresentou medidas para compensar a perda de receitas decorrente da manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. Uma das propostas foi a restrição do uso de créditos tributários do PIS/Cofins e o fim do ressarcimento em dinheiro do crédito presumido, o que deve gerar um aumento de arrecadação de R$ 29,2 bilhões neste ano para os cofres da União.

Durante entrevista em São Paulo, Haddad ressaltou que a medida não impactará a indústria como muitos temem e que se trata de uma ação saneadora para trazer transparência aos gastos tributários considerados excessivos. O ministro destacou que a proposta será debatida com lideranças partidárias em busca de uma compensação para a desoneração, ressaltando a importância de garantir o poder de compra do salário com uma meta de inflação de 3%.

Haddad afirmou que diversas medidas provisórias já foram encaradas como “MP do fim do mundo” devido ao calor do momento, mas acredita que a indústria compreenderá a importância da nova medida e a sua capacidade de controle dos gastos tributários. A proposta está sendo processada junto à Casa Civil e será apresentada antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda neste mês.

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