Campos Neto questionou o motivo pelo qual as condições financeiras não estão mais apertadas, considerando a elevação dos juros. Ele ressaltou a importância de avaliar não apenas a taxa de juros nominal, mas também o conjunto das condições financeiras. O presidente do BC brasileiro também destacou que o crédito e a bolsa continuam fortes nos EUA.
Além disso, ele mencionou a decisão do Banco Central europeu de iniciar um ciclo de corte de taxa de juros, porém sem animar o mercado com uma sequência de quedas. Campos Neto classificou essa queda como “hawkish”. Ele comentou sobre o consumo das famílias nos EUA, que tem contribuído positivamente para o PIB, destacando que essa tendência também é observada no Brasil e em outros países emergentes.
Outro ponto abordado foi o aumento do custo da rolagem da dívida pública norte-americana, que tem sido impressionante. Campos Neto chamou a atenção para a mudança de percepção em relação à dívida pública global, que antes não despertava muito interesse, mas tem ganhado destaque nas últimas reuniões do Fundo Monetário Internacional.
O presidente do Banco Central também analisou os dados positivos do mercado de trabalho nos EUA, apontando a criação de 272 mil empregos em maio. Ele ressaltou que o resultado tem impactado bastante o mercado e influenciado a precificação dos cortes de juros nos EUA.
Por fim, Campos Neto destacou que não há uma relação mecânica entre os dados da economia norte-americana e a política monetária brasileira. No entanto, ele ressaltou a importância de observar como as variáveis macroeconômicas dos EUA afetam a tomada de decisão no Brasil e em outros países. Ainda segundo o presidente do BC, a precificação dos juros norte-americanos continua influenciando a dinâmica global e pode gerar impactos relevantes em diversas nações.