AIEA vota por censurar o Irã por falta de cooperação com inspetores da ONU, desencadeando potencial escalada de tensões.

O conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tomou uma decisão importante nesta quarta-feira (5/6) ao votar para censurar o Irã por sua falta de cooperação total com a entidade da Organização das Nações Unidas. Segundo diplomatas, a votação resultou em uma resolução que também solicita que Teerã responda a uma investigação em andamento e reverta sua decisão de proibir inspetores experientes da ONU em suas instalações.

Essa ação vem logo após a AIEA afirmar que o Irã aumentou seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos dos necessários para armas nucleares, em uma tentativa recente do país de pressionar a comunidade internacional.

A votação, que aconteceu em Viena, foi realizada pelo conselho de 35 membros da AIEA e revelou um resultado interessante. Vinte membros votaram a favor da resolução, enquanto Rússia e China foram contrários. Doze membros se abstiveram e um não votou, de acordo com fontes próximas à situação que optaram por não se identificar. A resolução foi proposta por França, Alemanha e Reino Unido. Vale ressaltar que as resoluções da AIEA não têm valor legal, mas carregam um peso político e diplomático significativo.

A resolução em questão solicita que Teerã cumpra o comunicado conjunto entre o país e a AIEA de março de 2023. Neste documento, o Irã se comprometeu a resolver questões relacionadas a locais onde inspetores têm dúvidas sobre atividades nucleares não declaradas, além de permitir que a AIEA implemente medidas de verificação apropriadas para monitorar suas atividades.

Com essa votação e a resolução aprovada, o cenário agora aponta para uma potencial escalada de tensões entre a AIEA e o Irã, que já reagiu de forma agressiva a resoluções semelhantes no passado. Resta acompanhar os próximos desdobramentos e como o Irã irá reagir a essa censura e às exigências feitas pela entidade internacional.

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