Para testar essa teoria, os pesquisadores realizaram um segundo ensaio clínico com 16 fumantes em 2016, utilizando o aroma do café como substituto para a vontade de fumar. Os resultados desse ensaio levaram a um estudo mais amplo, em 2022, com 60 fumantes. Metade dos participantes foi exposta à fragrância do café e a outra metade a uma fragrância neutra à base de sabão. Os resultados mostraram que 50% dos fumantes expostos ao aroma do café voltaram a fumar, enquanto 73,3% dos que inalaram a fragrância neutra retomaram o hábito.
Apesar de não ter havido diferença estatisticamente significativa entre os grupos, os resultados foram considerados indicativos do potencial da abordagem. Os pesquisadores agora planejam desenvolver uma formulação terapêutica à base de voláteis de café e realizar um novo ensaio clínico com um número maior de participantes. A expectativa é que essa nova fase do projeto seja concluída antes de 2026.
Os resultados da pesquisa levaram o grupo de pesquisadores a depositar e ter concedidas nove patentes nos Estados Unidos, Europa e Ásia, com mais três patentes em andamento em outros países. A abordagem multidisciplinar do projeto está sendo conduzida por especialistas brasileiros em diversas áreas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo. Com 1,25 bilhão de adultos usuários de tabaco, é importante buscar alternativas inovadoras e eficazes para ajudar os fumantes a abandonarem esse hábito prejudicial à saúde. O uso do aroma do café como terapia contra o tabagismo abre novas perspectivas no campo da medicina e da pesquisa científica.