De acordo com os dados apresentados, a quantidade de recordes de cheias aumentou de 182 para 314, enquanto as secas passaram de 92 para 406 nos últimos dez anos. Esses números alarmantes indicam uma tendência de eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos.
O coordenador do Sistemas de Alerta Hidrológico do SGB, Artur Matos, afirmou que os dados da última década confirmam a influência das mudanças climáticas nos regimes de chuvas do país, com precipitações mais intensas e períodos de estiagem prolongados. Além disso, houve uma repetição de situações extremas, com quebras sucessivas de recordes de enchentes e secas em diversas regiões brasileiras.
Um dos exemplos citados foi a região do Rio Grande do Sul, que registrou as maiores cheias dos rios Taquari, Caí e Uruguai nos últimos anos, além de uma estiagem recorde em 2021. Outras regiões do Brasil, como a Amazônia, também foram afetadas, com recordes de cheias e secas nos rios Amazonas, Branco e Madeira.
O modelo climático atualmente utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já leva em consideração as projeções das mudanças climáticas globais, mas a especialista Chou Sin Chan ressaltou que as previsões ainda enfrentam desafios para prever eventos extremos com precisão. Ela destacou a formação de massas de gases do efeito estufa que interferem na dinâmica atmosférica, levando a fenômenos climáticos inesperados.
Diante desse cenário preocupante, especialistas enfatizam a importância do aprimoramento dos sistemas de monitoramento e alerta para evitar novas tragédias causadas por enchentes e secas. O trabalho realizado pelo SGB e outros órgãos governamentais na medição do volume das águas dos rios se torna fundamental para a prevenção de desastres naturais e a proteção da população. É essencial que medidas de adaptação e mitigação sejam adotadas para lidar com os desafios impostos pelas mudanças climáticas e garantir a segurança e bem-estar da sociedade.