O resultado eleitoral enfraquecido representa uma drástica queda em relação aos 57,5% obtidos nas eleições anteriores em 2019. Isso indica que o ANC provavelmente terá que compartilhar o poder com um partido rival para manter sua influência, algo inédito nas últimas décadas.
Gwede Mantashe, presidente do ANC e ministro de Minas e Energia, comentou que o partido está aberto a conversar com diferentes forças políticas para garantir a governabilidade, evitando mencionar qualquer nome específico. A contagem dos votos ainda estava em andamento, mas já apontava que o ANC possuía 40,21% dos votos, enquanto a principal oposição, Aliança Democrática (DA), conseguira 21,80%.
O surgimento de novos partidos, como o uMkhonto we Sizwe (MK) e os Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), liderados por figuras proeminentes da política sul-africana, também impactou o cenário eleitoral. Julius Malema, líder do EFF, afirmou que a intenção é humilhar o ANC e buscar um acordo de coalizão para garantir representatividade no governo.
A economia estagnada e os desafios sociais enfrentados pelo país ao longo dos anos aumentaram a insatisfação dos eleitores, levando a um declínio gradual no apoio ao ANC. O desempenho do MK, principalmente na província de KwaZulu-Natal, contribuiu para fragmentar o cenário político e impedir uma vitória absoluta do ANC.
Para garantir a governabilidade, o ANC pode considerar a formação de um “governo de unidade nacional” que envolva diversos partidos, em vez de uma coalizão formal. No entanto, o EFF manifestou preferência por uma coligação direta.
A Comissão Eleitoral prevê a divulgação dos resultados finais no domingo, quando será definido o rumo político do país. A mudança na dinâmica política sul-africana reflete a busca por alternativas diante dos desafios enfrentados pela nação.