Rússia aprova novo imposto para financiar guerra contra a Ucrânia: alíquotas progressivas gerariam US$ 29 bilhões adicionais a partir do próximo ano.

O governo da Rússia aprovou um novo plano do Ministério da Fazenda para implementar um imposto de renda progressivo e aumentar as alíquotas do imposto corporativo, visando financiar uma guerra mais prolongada contra a Ucrânia. Essas mudanças, que devem entrar em vigor no próximo ano, têm o objetivo de gerar um adicional de 2,6 trilhões de rublos (cerca de US$ 29 bilhões).

Essa reforma no sistema tributário russo representa a maior dos últimos anos e reflete a aposta do presidente Vladimir Putin em uma guerra custosa e prolongada. Os aumentos propostos têm como finalidade financiar os crescentes gastos do governo com a guerra, que têm impulsionado a economia russa nos últimos anos.

Atualmente, a Rússia possui um imposto de renda fixo de 13% para a maioria da população, com algumas faixas de renda mais alta pagando 15%. As novas alíquotas propostas variam de 13% para rendas de até US$ 27 mil por ano a 22% para quem excede US$ 560 mil. A renda familiar per capita no país é de aproximadamente US$ 7.100.

Os gastos militares da Rússia já ultrapassam 6% do Produto Interno Bruto, o que se aproxima dos níveis da União Soviética durante a Guerra Fria. Para lidar com o aumento dos gastos, o governo tem recorrido ao fundo de reserva, proveniente principalmente da receita da venda de petróleo, e emitindo mais dívidas, o que reduziu o valor do fundo para cerca de US$ 139 bilhões.

Essas medidas demonstram como a guerra se tornou um elemento central na economia russa, com fábricas operando ininterruptamente para produzir equipamentos militares e os salários sendo elevados para atrair trabalhadores. A nomeação de um macroeconomista como ministro da Defesa ressalta a importância da guerra no paradigma econômico do país.

No entanto, o déficit orçamentário federal tem aumentado, chegando a US$ 16,6 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, quase atingindo a projeção de déficit para o ano todo. Com essas medidas, o governo busca equilibrar as finanças e manter o financiamento necessário para a guerra em curso.

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