Leptospirose avança no Rio Grande do Sul: sete óbitos confirmados e 141 casos da doença em meio à crise das chuvas

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio Grande do Sul confirmou mais dois óbitos por leptospirose no estado, elevando para sete o número de registros fatais da doença. De acordo com a SES, as vítimas são dois homens, um de 56 e outro de 59 anos, residentes de Porto Alegre e Canoas, respectivamente. O total de casos confirmados de leptospirose no estado chegou a 141, dentre as 2,3 mil notificações recebidas.

A disseminação da leptospirose, uma doença transmitida através da urina de animais infectados, especialmente ratos, representa mais um desafio para a população do Rio Grande do Sul, que já enfrenta uma das piores crises de sua história devido às intensas chuvas ocorridas desde o final de abril.

O Ministério da Saúde projetou que após as enchentes ocorridas, a leptospirose poderá atingir pelo menos 1,6 mil casos no estado. Em regiões afetadas por alagamentos, a incidência da doença tende a aumentar devido à exposição da urina dos ratos presentes no sistema de esgoto das cidades.

Este número estimado supera em quatro vezes a quantidade de casos registrados ao longo do último ano, totalizando 400 casos. A ministra Nísia Trindade ressaltou a importância do tratamento imediato dos sintomas da leptospirose, sem a necessidade de aguardar a confirmação do diagnóstico.

Representantes do Ministério da Saúde se reuniram com autoridades locais e sociedades científicas do Rio Grande do Sul para discutir estratégias de combate às doenças causadas pelas enchentes e temporais. Além da leptospirose, o estado também registrou um aumento de 133% nos casos de raiva, totalizando 182 ocorrências, e notificou 28 casos de acidentes com animais peçonhentos, sem registros de óbitos para ambas as enfermidades.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria leptospira, adquirida geralmente pelo contato com água ou solo contaminados. Os sintomas iniciais incluem febre, dor lombar, conjuntivite e, em casos graves, tosse, hemorragias e insuficiência renal. Não há vacina disponível para a leptospirose em seres humanos no Brasil.

As chuvas persistentes que assolam o Rio Grande do Sul completaram um mês, deixando mais de 620 mil pessoas desabrigadas e mais de 48 mil alojadas em abrigos. Os óbitos decorrentes das enchentes já somam 169 vítimas, com 44 desaparecidos e 806 feridos. A população afetada pelo desastre natural ultrapassa os 2,3 milhões de habitantes.

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