Segundo o relatório, as principais dificuldades relatadas pelas ONGs incluem angariar recursos, renovar lideranças e lidar com a individualização das pautas LGBTQIA+. Além disso, as organizações enfrentam violências e perseguições, especialmente provenientes de ataques políticos. Há relatos de empecilhos criados por autoridades para divulgação de projetos em escolas e ameaças a militantes, principalmente transexuais.
Outro ponto destacado no relatório é a questão financeira das ONGs, que muitas vezes precisam operar com autofinanciamento e sacrifício da saúde mental, limitando sua atuação e abrangência. As organizações fora das capitais enfrentam ainda mais dificuldades para arrecadar recursos e lidar com a burocracia para se manterem como Organizações Não Governamentais.
O advogado e professor Renan Quinalha, responsável pelo grupo de trabalho que produziu o relatório, ressalta a importância de analisar os diferentes cenários enfrentados pelas organizações, destacando que as entidades no Sudeste recebem mais apoio do poder público do que as de outras regiões. No entanto, no Centro-Oeste, o avanço da extrema-direita pode prejudicar o financiamento das campanhas.
Diante desse cenário, Quinalha destaca a necessidade de compreender os desafios enfrentados pelas organizações para promover efetivamente o direito à diversidade sexual e de gênero no país. A luta das ONGs LGBTQIA+ no Brasil é marcada por obstáculos políticos, financeiros e territoriais, mas a tenacidade dessas organizações em continuar seu trabalho em meio às adversidades merece reconhecimento e apoio.