Com a ajuda do rabino Henry Sobel, a família de Iara conseguiu, após um processo judicial, exumar o corpo da psicóloga em 2003. Os laudos periciais indicaram que a morte de Iara ocorreu durante um cerco policial em Salvador, na Bahia, não confirmando a versão do suicídio. Em 2006, ela foi enterrada novamente no mesmo cemitério, porém fora da ala dos suicidas e ao lado do túmulo de seus pais.
O irmão de Iara, Samuel Iavelberg, relatou que a batalha judicial foi necessária devido à resistência do cemitério em permitir a exumação, alegando motivos religiosos. Samuel descreve a forte ligação que tinha com Iara, ambos militantes na época, e como a colocação do corpo na ala dos suicidas causou revolta na família, reforçando a versão do regime militar.
Além do caso de Iara, outros militantes de famílias judias durante a ditadura tiveram desfechos similares, como o jornalista Vladimir Herzog. A tradição de separar os suicidas em alas próprias nos cemitérios, característica histórica do judaísmo, vem sendo abandonada progressivamente em razão da compreensão sobre questões de saúde mental e empatia após o falecimento da pessoa.
Atualmente, não se pratica mais a separação de uma ala para suicidas nos cemitérios, refletindo uma mudança na percepção sobre o suicídio dentro da comunidade judaica. A compaixão e o entendimento sobre a complexidade desse tema têm se sobressaído, destacando a valorização da vida que o judaísmo preconiza. A evolução nessa abordagem reflete um desejo de lidar de forma mais empática e inclusiva com questões delicadas como o suicídio.