Esse aumento no preço dos combustíveis contribuiu com 0,09 ponto percentual do IPCA-15, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (28). Esse resultado de maio interrompe uma sequência de dois meses de queda no índice e é o maior registrado desde fevereiro, quando alcançou 0,78%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 3,70%, dentro da meta de inflação estabelecida pelo governo, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Esse resultado está abaixo do índice observado nos 12 meses anteriores, que foi de 3,77%. Comparado com maio do ano passado, quando o índice foi de 0,51%, o aumento é significativo.
Entre os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram aumento de preços em maio. Os maiores destaques foram os grupos de saúde e cuidados pessoais, com uma variação de 1,07%, e transportes, com 0,77%. A gasolina foi o grande vilão no aumento dos preços dos transportes, sendo o produto com maior influência na alta.
Além da gasolina, as passagens aéreas também tiveram um aumento significativo, de 6,04%. No entanto, o impacto da gasolina foi maior no IPCA-15 devido ao seu peso na cesta de produtos pesquisados. O grupo de saúde e cuidados pessoais teve um aumento influenciado pelos produtos farmacêuticos, que subiram 2,06% após autorização do governo para reajuste de preços dos medicamentos.
A metodologia de cálculo do IPCA-15 é a mesma utilizada para o IPCA, considerado a inflação oficial do país. A diferença é que a prévia considera os preços coletados entre 16 de abril e 15 de maio. A coleta de dados para o índice foi impactada pela situação de calamidade na região metropolitana de Porto Alegre, que enfrentou alagamentos em maio, levando os pesquisadores a intensificar a coleta por meios remotos, como telefone e internet.