Delação premiada de ex-policial revela envolvimento de milícias na morte de Marielle Franco no Rio de Janeiro

A reportagem exclusiva trazida à tona pela delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa revelou informações chocantes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. De acordo com o conteúdo do depoimento de Lessa, a grilagem de territórios no Rio de Janeiro foi determinante para a execução do crime que chocou o país.

Segundo Lessa, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão teriam oferecido uma quantia milionária pela morte de Marielle, com a promessa de uma sociedade em loteamentos clandestinos que poderiam render até US$ 20 milhões. A acusação da Polícia Federal aponta para indícios de envolvimento dos irmãos Brazão em negócios de grilagem, vendo a vereadora como um obstáculo em seus interesses imobiliários.

Domingos e Chiquinho Brazão negaram veementemente as acusações feitas por Ronnie Lessa em seu depoimento, alegando não haver provas que sustentem tais afirmações. O contexto da delação de Lessa traz à tona a relação obscura entre as milícias e o mercado imobiliário no Rio de Janeiro, onde empreendimentos em áreas ocupadas de forma irregular se tornaram fonte de lucro para esses grupos criminosos.

O episódio recente do Café da Manhã debateu justamente a estratégia dos negócios imobiliários das milícias no Rio de Janeiro. Daniel Hirata, coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF, analisou a atuação desses grupos no mercado imobiliário e como a presença das milícias no Estado facilita tais negócios obscuros.

O programa de áudio, disponível no Spotify, contou com a apresentação dos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, e teve a produção de Carolina Moraes e Lucas Monteiro, com edição de som a cargo de Thomé Granemann. O Café da Manhã é lançado de segunda a sexta-feira, sempre no início do dia, trazendo debates e análises aprofundadas sobre temas relevantes da atualidade.

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