Papa Francisco e a Questão do Sacerdócio Feminino na Igreja Católica: Pressões, Comissões e Possíveis Mudanças no Horizonte

No Código de Direito Canônico da Igreja Católica, o cânon 1024 é bem claro ao estabelecer que apenas homens batizados podem receber a ordenação sagrada. Esse artigo, que faz parte dos itens que vão do número 1008 ao 1053, define as regras para o sacramento da ordem e determina quem está apto a exercer funções sacerdotais dentro do catolicismo. Apesar das pressões de setores mais progressistas da Igreja, o Papa Francisco ainda não indicou nenhuma mudança nesse panorama.

Recentemente, o papa foi entrevistado pelos jornalistas Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti no livro “El Pastor”, onde ele abordou a presença feminina na Igreja. Francisco comentou que formou comissões para analisar a questão do sacerdócio feminino mais a fundo, ressaltando que as ordens sagradas são reservadas aos homens.

A questão do sacerdócio feminino tem sido debatida e enfrentada por diversas frentes nos últimos anos. Em 2002, sete mulheres foram ordenadas como padres em uma cerimônia não reconhecida pelo Vaticano. Na Alemanha, um grupo de bispos progressistas tem apoiado essa causa, buscando um maior espaço para as mulheres na hierarquia da Igreja.

Especialistas em história do cristianismo apontam que a exclusão das mulheres do sacerdócio está enraizada em uma visão androcêntrica da sociedade. Desde os primeiros séculos após a morte de Jesus, a estrutura da Igreja foi sendo moldada em um ambiente dominado por homens, refletindo a visão patriarcal da época.

Tomás de Aquino, importante teólogo e filósofo do catolicismo, também contribuiu para essa visão discriminatória das mulheres. Em seus escritos, ele considerava as mulheres como seres inferiores, refletindo a visão misógina presente na filosofia grega da época.

Apesar dos debates e pressões por mudanças, a ordenação de mulheres como sacerdotes na Igreja Católica ainda é um assunto delicado e sem perspectivas imediatas de alteração. A questão envolve não apenas aspectos teológicos, mas está profundamente enraizada em uma longa tradição de exclusão e discriminação das mulheres dentro da estrutura hierárquica da Igreja.

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