Segundo informações apuradas pela Folha, Marcelo Castro movimentou R$ 1,2 milhão em suas contas, enquanto Jamerson Oliveira registrou R$ 2,2 milhões em saídas e entradas de dinheiro. Esses valores foram considerados incompatíveis com a renda dos jornalistas. O caso levou à solicitação de bloqueio de cerca de R$ 500 mil dos envolvidos, valor similar ao estimado como desviado no esquema.
Os jornalistas foram indiciados por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, crimes que acarretam penas de 8 a 21 anos de prisão. Além deles, outras pessoas foram indiciadas, incluindo um amigo de Jamerson apontado como operador do esquema e pessoas que cederam chaves pix para as doações.
As investigações revelaram que o esquema foi descoberto em março de 2023, após uma doação feita pelo jogador de futebol Anderson Talisca. O caso chamou a atenção da emissora, que demitiu os jornalistas e instaurou um procedimento interno. A polícia descobriu que apenas parte dos recursos doados chegava realmente às famílias necessitadas.
O delegado responsável pelo caso afirmou que os jornalistas agiram para subtrair valores de uma causa nobre, usando de artifícios para comover o público e obter mais doações. A defesa dos jornalistas alegou desconhecer as medidas tomadas e classificou a situação como cerceamento dos direitos dos acusados.
Após serem desligados da Record TV Itapoan, Marcelo Castro encontrou espaço para atuar como repórter independente, focando em cobertura policial. Ele foi contratado pela TV Aratu para apresentar um programa policial, mesmo já tendo sido indiciado. O caso continua em andamento, com as autoridades buscando esclarecer as irregularidades e responsabilidades dos envolvidos.