Apesar do aumento, o número de casos ainda se mantém abaixo do registrado antes da implementação das câmeras corporais, o que levanta questionamentos sobre a eficácia do equipamento. O governador, que já questionou a eficácia do dispositivo, anunciou recentemente um edital para ampliar o programa, porém com mudanças significativas na forma como as gravações são feitas.
Atualmente, 18 batalhões utilizam as câmeras corporais de forma ininterrupta, sem a necessidade de acionamento pelos agentes. Com a proposta de Tarcísio de Freitas, será responsabilidade dos policiais ligar as câmeras para iniciar a gravação, podendo ser acionadas remotamente caso o protocolo não seja seguido.
Os números revelam que as unidades que utilizam as câmeras corporais mataram 84 pessoas no ano passado, em comparação com 45 em 2022, e 261 em 2019, último ano sem o uso do equipamento. A implementação das câmeras começou em 2020, em fase de testes, e foi ampliada para 18 batalhões em junho de 2021.
Especialistas em segurança pública apontam que o novo modelo proposto pelo governador poderá trazer prejuízos para futuras investigações, ao deixar sob responsabilidade dos policiais na rua a ligação e o acionamento do equipamento. A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, ressalta que o programa das câmeras corporais foi implementado priorizando os batalhões com maior letalidade, no intuito de coibir o uso indevido da força letal.
Entretanto, os números recentes indicam um aumento nas mortes cometidas por policiais militares em serviço, o que levanta preocupações sobre a eficácia e as possíveis consequências das mudanças propostas para o sistema de câmeras corporais em São Paulo. É fundamental acompanhar de perto o desdobramento dessa questão e analisar as medidas adotadas pelo governo para garantir a transparência e a segurança nas operações policiais.