Mortes por policiais militares em São Paulo com câmeras corporais têm alta de 86% em 2023, aponta levantamento exclusivo.

No estado de São Paulo, o uso de câmeras corporais por policiais militares está sendo alvo de atenção devido ao aumento significativo de mortes cometidas por agentes em batalhões equipados com esse dispositivo. De acordo com dados exclusivos obtidos pela imprensa, as mortes registraram um aumento de 86% em 2023, no primeiro ano da gestão de Tarcísio de Freitas, em comparação com o ano anterior.

Apesar do aumento, o número de casos ainda se mantém abaixo do registrado antes da implementação das câmeras corporais, o que levanta questionamentos sobre a eficácia do equipamento. O governador, que já questionou a eficácia do dispositivo, anunciou recentemente um edital para ampliar o programa, porém com mudanças significativas na forma como as gravações são feitas.

Atualmente, 18 batalhões utilizam as câmeras corporais de forma ininterrupta, sem a necessidade de acionamento pelos agentes. Com a proposta de Tarcísio de Freitas, será responsabilidade dos policiais ligar as câmeras para iniciar a gravação, podendo ser acionadas remotamente caso o protocolo não seja seguido.

Os números revelam que as unidades que utilizam as câmeras corporais mataram 84 pessoas no ano passado, em comparação com 45 em 2022, e 261 em 2019, último ano sem o uso do equipamento. A implementação das câmeras começou em 2020, em fase de testes, e foi ampliada para 18 batalhões em junho de 2021.

Especialistas em segurança pública apontam que o novo modelo proposto pelo governador poderá trazer prejuízos para futuras investigações, ao deixar sob responsabilidade dos policiais na rua a ligação e o acionamento do equipamento. A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, ressalta que o programa das câmeras corporais foi implementado priorizando os batalhões com maior letalidade, no intuito de coibir o uso indevido da força letal.

Entretanto, os números recentes indicam um aumento nas mortes cometidas por policiais militares em serviço, o que levanta preocupações sobre a eficácia e as possíveis consequências das mudanças propostas para o sistema de câmeras corporais em São Paulo. É fundamental acompanhar de perto o desdobramento dessa questão e analisar as medidas adotadas pelo governo para garantir a transparência e a segurança nas operações policiais.

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