Essa piora na comparação interanual foi impulsionada pela redução do superávit comercial, que registrou uma queda de US$ 578 milhões. Contribuindo para o resultado negativo nas transações correntes, os déficits em serviços e renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas) aumentaram em US$ 844 milhões e US$ 1,1 bilhão, respectivamente. Enquanto isso, a renda secundária passou de um déficit para um superávit, com uma variação de US$ 249 milhões.
Em relação aos 12 meses encerrados em abril, o déficit nas transações correntes totalizou US$ 35,271 bilhões, equivalendo a 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destacou que o déficit externo é baixo para os padrões da economia brasileira e está sendo financiado por capitais de longo prazo, principalmente por investimentos diretos no país.
Já em relação aos investimentos diretos no país (IDP), houve um montante de US$ 3,867 bilhões em abril, representando um aumento de 26% em comparação ao mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a abril de 2024, o déficit nas transações correntes atingiu US$ 17,310 bilhões, em comparação com o saldo negativo de US$ 12,867 bilhões no primeiro quadrimestre do ano anterior.
Na balança comercial, as exportações de bens totalizaram US$ 31,356 bilhões em abril, um aumento de 11,7% em relação a 2023. As importações também cresceram 18,6%, totalizando US$ 24,558 bilhões. Vale destacar que os criptoativos tiveram um papel significativo nesse aumento, com importações de US$ 1,7 bilhão em abril, ante US$ 763 milhões no mesmo período do ano passado.
Em relação aos serviços, o déficit atingiu US$ 3,985 bilhões em abril, representando um aumento de 26,9% em comparação a 2023. No segmento de renda primária, o déficit chegou a US$ 5,482 bilhões, destacando os pagamentos de juros e salários.
Considerando o financiamento do saldo negativo nas transações correntes, os investimentos diretos no país são vistos como a melhor forma de cobertura. De acordo com o BC, a previsão é que esses investimentos alcancem US$ 70 bilhões em 2024. Por fim, o estoque de reservas internacionais do Brasil atingiu US$ 351,599 bilhões em abril de 2024.