Tragédia ambiental no RS é atribuída à falta de fé e ao satanismo, diz padre durante pregação em MS

No interior de Mato Grosso do Sul, um padre da paróquia São Vicente de Paulo em Nova Andradina causou polêmica ao relacionar a tragédia ambiental que atinge o Rio Grande do Sul à falta de fé dos gaúchos. Durante uma homilia na “Missa Solidária, em oração por Rio Grande do Sul”, o padre Paulo Santos, de 33 anos, afirmou que o estado é o “mais ateu” do país e que abraçou “a bruxaria e o satanismo”. As declarações foram feitas em meio à grave situação provocada pelas chuvas e enchentes que já resultaram em mais de 160 mortes e deixaram 82 pessoas desaparecidas, de acordo com informações da Defesa Civil.

Segundo o pároco, a situação dos gaúchos é terrível e muitos sacerdotes e moradores estão desabrigados, mas ele fez um “alerta” aos presentes na igreja. Ele enfatizou que é preciso buscar a Deus e que o sofrimento não é enviado por Ele, mas sim decorre das escolhas dos seres humanos. O padre, natural de Porto Alegre e ordenado em 2021, ressaltou a importância da força espiritual em momentos de adversidade, como as vivenciadas no Rio Grande do Sul.

Ao mencionar a presença de centros de macumba em Porto Alegre, o padre provocou debates nas redes sociais, com fiéis apoiando suas declarações e defendendo sua fala com base nos ensinamentos da Bíblia. A Diocese de Naviraí, a qual a paróquia de Nova Andradina está subordinada, ainda não se posicionou sobre o caso.

A controvérsia gerada pelas palavras do padre evidencia a sensibilidade e complexidade de pautas que envolvem questões religiosas e ambientais. A ligação feita entre a tragédia no Rio Grande do Sul e a falta de fé dos gaúchos levanta questionamentos sobre o papel da religião e da espiritualidade em meio a desastres naturais e crises socioambientais. Enquanto isso, a população do estado enfrenta desafios e precisa lidar com as consequências de um cenário desolador, que exigirá esforços conjuntos para a reconstrução e a superação.

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