No entanto, a controvérsia não se restringe apenas a questões de reconhecimento, mas também envolve responsabilidades legais. Tanto líderes de Israel quanto do Hamas são apontados como passíveis de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, como o uso da fome como arma e execução de milhares de seres humanos. O princípio da individualidade da responsabilidade criminal no TPI torna clara a possibilidade de prisão para líderes envolvidos em tais práticas.
A imunidade de chefes de Estado, prevista no Estatuto de Roma, não é absoluta quando se trata de crimes graves. Al-Bashir e Putin são citados como exemplos de líderes que não podem se esquivar da responsabilidade criminal, o que também se aplica a Netanyahu. A jurisdição do TPI sobre territórios reconhecidos pelos Estados-partes, como a Palestina em 2015, abre espaço para a emissão de ordens de prisão para líderes de países não membros, como Israel.
A manutenção da Palestina como território subjugado é vista como contraproducente por aqueles que defendem a proteção internacional dos direitos humanos. A iniciativa de procuradores internacionais de Haia, ao pedirem a prisão de líderes envolvidos em crimes de guerra, destaca a importância de garantir a responsabilização por violações graves do direito internacional. Nesse contexto, a Palestina não pode mais ser tratada como um mero campo de batalha política, mas como uma questão que envolve a justiça e os direitos fundamentais de todos os seres humanos envolvidos.