Na área de Eldorado do Sul, próximo à capital gaúcha, as famílias se acumulam ao longo da BR-290, conhecida como Freeway, uma rodovia vital que corta o Rio Grande do Sul. Com temperaturas chegando a 7ºC nas madrugadas, as condições para essas famílias desabrigadas são difíceis. Durante a recente cheia que atingiu a cidade, parte da população se deslocou para a rodovia, coordenados pelo prefeito local, Ernani Gonçalves, em busca de um local mais seguro e alto.
Entre os relatos, está o da aposentada Jurema Moura, que viu sua casa ser destruída pela inundação e agora acampa com sua família à beira da rodovia, próximo ao que sobrou de sua antiga residência. As famílias preferem ficar próximas de conhecidos do que em abrigos coletivos, em busca de privacidade e segurança.
A situação se repete em outras regiões, como no Vale do Rio dos Sinos, onde moradores como Jaqueline Teresinha, forçados a deixar suas casas inundadas, montam acampamentos improvisados em passarelas de rodovias para sobreviver. Entre relatos de insegurança, frio e incerteza, essas famílias encontram nas doações e na solidariedade a única esperança em meio ao caos.
Para ajudar essas famílias desabrigadas, o governador Eduardo Leite afirmou que a prioridade do governo é a reconstrução das moradias e que estão buscando soluções, como aluguel social e estadia solidária, para amparar essas vítimas. A Defesa Civil divulgou que mais de 70 mil pessoas estão em abrigos no estado e que 85 pessoas estão desaparecidas, evidenciando a dimensão do desastre. A reconstrução e o amparo a essas famílias será um desafio de longo prazo, exigindo a atuação conjunta de autoridades e da sociedade civil.