Desenvolvimento Solidário: Uma Perspectiva Transformadora para Enfrentar as Desigualdades Sociais e Ambientais em 2024.

Neste ano de eleições municipais, um dos temas em destaque é a área de trabalho e geração de renda. As propostas nessa área costumam girar em torno da abertura de frentes de trabalho e oferta de cursos profissionalizantes para o mercado. No entanto, as políticas implementadas de forma setorizada e verticalizada muitas vezes se mostram insuficientes, ineficientes e insustentáveis, não conseguindo romper os ciclos de pobreza ou reduzir as desigualdades. Exemplos disso são os bolsões de pobreza no semiárido e a transformação da região do ABCD paulista em “vale da ferrugem”.

O modelo capitalista de desenvolvimento tem gerado degradação socioambiental e desigualdades socioeconômicas. Diante disso, é necessário adotar uma perspectiva de desenvolvimento solidário, onde a solidariedade é o eixo central. Nesse contexto, as prioridades são o atendimento às demandas sociais, a gestão coletiva dos meios de produção, o bem-viver, a justiça social e o desenvolvimento integral das pessoas. É fundamental orientar a produção tecnológica considerando critérios socioambientais, de cooperação e democratização.

O desenvolvimento local solidário parte das características do território e, com a participação ativa da comunidade, busca incluir produtivamente todas as pessoas adultas, valorizando as potências sociais, ambientais e culturais locais. Trata-se de um projeto econômico, socioambiental e educacional, com valores comuns, que promove a construção de novas práticas e tecnologias.

Nesse sentido, é fundamental a integração de várias estratégias, políticas e programas de forma intersetorial e participativa. Projetos de desenvolvimento forjados nos territórios, baseados em economia solidária, agroecologia e educação transformadora, podem contribuir para superar as desigualdades e promover o bem comum. Iniciativas comunitárias já existentes, como as lideradas pelo Instituto Cacimba, pela Rede Cammpi e pela Fundação Amazônia Sustentável, podem servir de inspiração e referência para políticas públicas mais eficazes e sustentáveis.

A perspectiva do desenvolvimento solidário é essencial para enfrentar as desigualdades, possibilitando a criação de caminhos eficazes e sustentáveis para superar a pobreza, promover a inclusão produtiva e garantir a realização pessoal e profissional de todos. A integração de agentes comunitários, processos participativos e a articulação das políticas em diferentes níveis são passos importantes nesse sentido. A construção de uma agenda clara que apoie e fortaleça iniciativas solidárias pode ser determinante para um futuro mais justo e equitativo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo