O modelo capitalista de desenvolvimento tem gerado degradação socioambiental e desigualdades socioeconômicas. Diante disso, é necessário adotar uma perspectiva de desenvolvimento solidário, onde a solidariedade é o eixo central. Nesse contexto, as prioridades são o atendimento às demandas sociais, a gestão coletiva dos meios de produção, o bem-viver, a justiça social e o desenvolvimento integral das pessoas. É fundamental orientar a produção tecnológica considerando critérios socioambientais, de cooperação e democratização.
O desenvolvimento local solidário parte das características do território e, com a participação ativa da comunidade, busca incluir produtivamente todas as pessoas adultas, valorizando as potências sociais, ambientais e culturais locais. Trata-se de um projeto econômico, socioambiental e educacional, com valores comuns, que promove a construção de novas práticas e tecnologias.
Nesse sentido, é fundamental a integração de várias estratégias, políticas e programas de forma intersetorial e participativa. Projetos de desenvolvimento forjados nos territórios, baseados em economia solidária, agroecologia e educação transformadora, podem contribuir para superar as desigualdades e promover o bem comum. Iniciativas comunitárias já existentes, como as lideradas pelo Instituto Cacimba, pela Rede Cammpi e pela Fundação Amazônia Sustentável, podem servir de inspiração e referência para políticas públicas mais eficazes e sustentáveis.
A perspectiva do desenvolvimento solidário é essencial para enfrentar as desigualdades, possibilitando a criação de caminhos eficazes e sustentáveis para superar a pobreza, promover a inclusão produtiva e garantir a realização pessoal e profissional de todos. A integração de agentes comunitários, processos participativos e a articulação das políticas em diferentes níveis são passos importantes nesse sentido. A construção de uma agenda clara que apoie e fortaleça iniciativas solidárias pode ser determinante para um futuro mais justo e equitativo.