Confronto entre estudantes e PM marca votação de criação de escolas cívico-militares na Alesp em São Paulo

Na tarde desta terça-feira (21), a Polícia Militar entrou em confronto com estudantes que se dirigiram à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para protestar contra o projeto de criação de escolas cívico-militares no estado. A proposta, apresentada pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), estava em votação neste mesmo dia.

O clima de tensão entre os manifestantes e os policiais do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) se intensificou quando os agentes utilizaram escudos para conter os adolescentes e, segundo vídeos divulgados pelos manifestantes, agrediram alguns estudantes com cassetetes. A situação se agravou ainda mais com a apreensão de pelo menos três adolescentes.

Os jovens foram impedidos de entrar na galeria do plenário, pois os elevadores que dão acesso foram desligados e as portas antichamas foram fechadas. A polícia legislativa agiu para evitar a entrada dos estudantes, iniciando o confronto que se prolongou durante a sessão, que teve início às 16h30. Mesmo com a galeria praticamente vazia às 17h, os jovens continuaram impedidos de ingressar no local.

O governador Tarcísio de Freitas encaminhou o projeto de criação das escolas cívico-militares para a Alesp no início de março, com a intenção de aprová-lo ainda neste primeiro semestre, visando a abertura de 50 unidades com esse modelo no próximo ano. A base do governador está mobilizada para a aprovação do projeto nesta terça-feira, em uma tentativa de cumprir uma de suas promessas de campanha.

Esse movimento de criação das escolas cívico-militares foi uma estratégia do governador para se contrapor a políticas anteriores, como a decisão do governo federal de encerrar o programa nacional de fomento a escolas cívico-militares implementado durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. A proposta também foi interpretada como um aceno à base bolsonarista, buscando fortalecer o apoio político do governador.

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