Benefício fiscal para compras internacionais prejudica os mais pobres, aponta pesquisa da CNI e IPRI. Apenas 18% de baixa renda compram online.

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI) revelou dados preocupantes sobre o comportamento de consumo dos brasileiros em relação às compras online internacionais. Segundo o estudo, apenas 18% da população com renda de até dois salários mínimos realizaram compras fora do país com isenção de até US$ 50, enquanto esse número sobe para 41% entre aqueles que ganham acima de cinco salários mínimos.

A questão da isenção para compras internacionais de até US$ 50 tem sido um ponto de discussão, e a CNI é uma das defensoras do fim dessa vantagem. De acordo com a entidade, os dados levantados na pesquisa mostram que os principais beneficiários desse benefício tributário são as pessoas com renda mais alta, o que acaba gerando um impacto negativo no emprego em setores da indústria e do comércio.

O estudo também apontou que 24% dos entrevistados afirmaram ter realizado compras internacionais em 2023, enquanto 73% admitiram não ter feito qualquer compra fora do país. A análise conjunta assinada por diversas entidades, incluindo a CNI, a Confederação Nacional do Comércio Bens, Serviços e Turismo (CNC) e outras, destaca que a isenção de tributos nessas compras de até US$ 50 não beneficia as pessoas de menor renda, que acabam sofrendo mais com desemprego e falta de oportunidades.

Atualmente, a indústria e o comércio nacional estão perdendo oportunidades de emprego e vendas devido às importações com benefício tributário, o que resultou em um impacto estimado de 226 mil pessoas desempregadas nesses setores. O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou a importância de rever essa política de isenção e buscar alternativas que beneficiem de forma mais equitativa a população brasileira em geral.

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