Localizadas em áreas não afetadas pelas enchentes, essas escolas estão operando com equipes reduzidas e horários flexíveis, priorizando o acolhimento dos alunos e atividades lúdicas num cenário de desastre climático sem precedentes no Rio Grande do Sul.
Um exemplo é a EMEI Santo Expedito, que retornou com um horário reduzido das 7h às 14h, adaptando-se aos desafios enfrentados pela comunidade. A diretora Lia Fadini ressalta a importância de ouvir os alunos e oferecer momentos de descontração, como brincadeiras, para amenizar a gravidade da situação.
Apesar de 3 dos 154 alunos da escola terem sido impactados diretamente pelas cheias, quase um terço dos professores ainda não pôde retornar ao trabalho, exigindo ajustes temporários na rotina escolar. Para Lia, este retorno é crucial para evitar perdas no desenvolvimento das crianças, que já haviam enfrentado um longo período de distanciamento da escola durante a pandemia.
O retorno dos alunos foi marcado por momentos de alegria, com brincadeiras no pátio e reencontros emocionantes com colegas e professores. As escolas também têm sido pontos de apoio para as famílias afetadas pela falta de infraestrutura básica, servindo refeições e promovendo encontros sociais.
Na EMEF João Carlos D`Ávila Paixão Côrtes, que oferece ensino bilíngue, os alunos também estão retornando gradativamente, com a direção se dedicando a acolher os estudantes e planejar abordagens pedagógicas sensíveis à situação vivida. O trabalho em comunidade tem sido fundamental para superar os desafios, com pais, professores e voluntários se unindo para oferecer suporte e solidariedade aos mais necessitados.
Assim, mesmo diante do caos provocado pelas cheias, a retomada das aulas simboliza um passo importante em direção à normalidade e à reconstrução da rotina educacional e social das crianças de Porto Alegre.