Essas medidas emergenciais visam trazer alento em um momento extremamente difícil para o estado, que sofre com as consequências devastadoras das enchentes. No entanto, especialistas alertam que a reconstrução das infraestruturas deve ser feita de forma a prevenir danos futuros, levando em consideração a ocorrência cada vez mais frequente de fenômenos climáticos extremos.
Uma preocupação levantada pelos especialistas é a gestão desses recursos por um governo que, nos últimos anos, flexibilizou as regras ambientais, o que pode resultar em usos inadequados do solo. A falta de condicionalidades ao uso dos recursos também é motivo de apreensão, uma vez que poderiam ser direcionados para atividades que contribuam para agravar a crise ambiental no longo prazo.
No âmbito agrícola, as medidas tomadas em relação aos agricultores familiares também são destacadas. A distribuição de cestas básicas e a prorrogação de dívidas são medidas emergenciais necessárias para garantir o sustento desses produtores. No entanto, a liberação de recursos para a subvenção econômica do crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar preocupa os especialistas, já que não há garantias de que esse dinheiro será utilizado para promover práticas sustentáveis de produção de alimentos.
Diante desse cenário de crise, é fundamental repensar as práticas agrícolas e buscar sistemas agroalimentares mais sustentáveis para garantir a resiliência das comunidades frente às mudanças climáticas. A reconstrução de médio e longo prazo deve ser pautada por uma nova abordagem, incluindo a conscientização dos governos, organizações sociais e agricultores sobre a importância da transição para práticas mais sustentáveis. A hora de mudar é agora, antes que seja tarde demais.