Das 45 estações pluviométricas analisadas no estado, 44 apresentaram um aumento significativo na quantidade de chuva em comparação com anos anteriores, sendo a exceção a estação de Uruguaiana. Em 42 dessas estações, as chuvas registradas em 2024 equivaleram ao dobro da média histórica ou mais.
O destaque vai para a cidade de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, que registrou uma média de 45 milímetros por dia de chuva no período analisado, o que equivale a 11 vezes o volume médio registrado nos anos anteriores. Esse aumento representa uma mudança significativa na rotina da cidade, que nunca havia experimentado uma média diária de chuva superior a 10 mm ao longo das últimas seis décadas.
Além de Caxias do Sul, outras cidades como Bento Gonçalves, Santa Maria, Canela e Soledade também foram impactadas por fortes chuvas, com índices de precipitação muito acima da média histórica. As implicações desses eventos climáticos extremos vão desde alagamentos e danos estruturais até riscos de desmoronamentos em diversas áreas.
Apesar dos transtornos causados pelas cheias, a cidade de Caxias do Sul teve um desempenho melhor do que outras localidades, como Porto Alegre, devido a sua estrutura urbana e ao relevo favorável que facilita o escoamento da água. No entanto, as autoridades locais alertam para a necessidade de medidas preventivas para lidar com futuras situações semelhantes.
Os especialistas meteorologistas enfatizam a importância de se repensar o planejamento urbano e a ocupação de áreas de risco, considerando o impacto do relevo e das mudanças climáticas na ocorrência de eventos extremos. A previsão é de que as chuvas continuem a elevar os níveis dos rios e lagos na região e os moradores devem permanecer alerta para possíveis enchentes nas próximas semanas.