O coordenador do projeto de pesquisa e professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Astolfo Gomes de Mello Araujo, enfatiza que o mapa revela a diversidade de povos que habitavam São Paulo. Segundo ele, o Estado era um ponto de encontro de diferentes grupos humanos, provenientes de regiões como o centro, sudeste e sul do país. Essa mistura de biomas atraiu variadas culturas para a região, resultando em uma riqueza cultural única.
Um dos aspectos interessantes que o mapa revela é a proximidade e afinidade entre diferentes grupos indígenas em algumas regiões. Por exemplo, materiais de tradição Tupiguarani e Aratu estão próximos na região norte do Estado, enquanto estão afastados dos Itararé-Taquara na ponta sul de São Paulo. Isso levanta questionamentos sobre as interações e relações entre esses grupos em diferentes partes do Estado.
O mapa criado pela equipe do MAE também contém detalhes como tipo de material, tradição indígena e datação dos sítios arqueológicos. Essas informações são cruciais para entender a história e evolução dos povos que habitavam a região. Além disso, o mapa revela lacunas de dados em algumas áreas do Estado, o que pode indicar a necessidade de mais pesquisas e explorações arqueológicas.
A iniciativa de mapear os sítios arqueológicos em São Paulo faz parte de um grande projeto de pesquisa multidisciplinar financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O próximo passo é realizar um trabalho semelhante no Paraná, ampliando ainda mais o conhecimento sobre a arqueologia na região.
Em resumo, o mapa dos sítios arqueológicos em São Paulo representa um avanço significativo na pesquisa arqueológica e na compreensão da história e cultura dos povos indígenas que habitavam o Estado. Essa ferramenta proporciona uma visão panorâmica e detalhada dos vestígios materiais, abrindo caminho para novas descobertas e estudos na área da arqueologia.