O advogado do governador, Pedro Ivo Velloso Cordeiro, alega que seu cliente está sendo alvo de perseguição e que as acusações contra ele não foram comprovadas. Em comunicado, Gladson Cameli afirmou que terá a oportunidade de demonstrar sua inocência durante o processo.
Mesmo com a decisão de torná-lo réu, Gladson Cameli não foi afastado do cargo de governador e poderá continuar exercendo suas funções normalmente. No entanto, as medidas cautelares impostas durante o inquérito foram prorrogadas, atingindo também outros investigados, como servidores públicos, empresários e familiares de Gladson Cameli.
A ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, apontou a existência de indícios de que o governador participou ativamente de um esquema sofisticado de corrupção, favorecendo a substituição de empresas contratadas pelo Estado do Acre para dificultar o rastreio das verbas desviadas. Com a decisão da Corte Especial, o governador agora terá que responder a um processo criminal, que seguirá para a próxima etapa do julgamento após a instrução do processo, que inclui depoimentos e coleta de provas complementares.
A PGR atribui a Gladson Cameli o papel de liderança em um suposto esquema de corrupção e desvio de dinheiro em contratos públicos no Acre, sobretudo em um contrato firmado com a empresa Murano Construções. Além disso, a PGR alega superfaturamento e sobrepreço no contrato, assim como a compra de um apartamento avaliado em R$ 6 milhões como possível pagamento de propina.
A Operação Ptolomeu, que desencadeou as investigações, já resultou em nove inquéritos e envolve dezenas de suspeitos, sendo que Gladson Cameli figura como o principal investigado. A decisão da Corte Especial representa um avanço significativo no caso, abrindo caminho para que a verdade seja esclarecida e que a justiça seja feita.