Entre as causas das mortes registradas, 184 foram casos de assassinatos, 18 de suicídios e 28 de outras circunstâncias. A maioria das vítimas eram pessoas transsexuais, especialmente mulheres trans e travestis, somando um total de 142 casos. Além disso, 59 gays também foram mortos, representando uma parcela significativa das estatísticas.
É importante ressaltar que a violência contra a comunidade LGBTI+ abrange uma variedade de identidades, como lésbicas, gays, bissexuais, travestis, pessoas transmasculinas, não binárias, entre outras. Do total de vítimas, 80 eram pessoas pretas ou pardas, 70 brancas e uma indígena.
Os dados do dossiê revelam que a faixa etária mais afetada pelas mortes violentas foi a de 20 a 39 anos, com 120 vítimas nesse intervalo. A maioria dos óbitos foi causada por armas de fogo, sendo 70 casos registrados dessa forma. Além disso, 69 mortes ocorreram durante a noite.
No que diz respeito à distribuição geográfica, São Paulo foi o estado com o maior número de mortes (27), seguido por Ceará e Rio de Janeiro, com 24 óbitos cada. Mato Grosso do Sul lidera o ranking de brutalidade, com 3,26 mortes por milhão de habitantes, seguido por Ceará, Alagoas, Rondônia e Amazonas.
O Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ ressalta a importância de sua metodologia própria, que busca coletar informações em veículos de comunicação e redes sociais devido à subnotificação desses casos. Mesmo com avanços na legislação, como a criminalização da homofobia pelo Supremo Tribunal Federal em 2019, o Brasil continua sendo o país com o maior número de mortes violentas de LGBTI+ no mundo.
Diante desse cenário alarmante, é fundamental que políticas públicas mais efetivas sejam adotadas para combater a violência e garantir a proteção e os direitos dessa comunidade vulnerável. O acesso ao dossiê completo sobre mortes e violências contra LGBTI+ em 2023 pode ser encontrado no portal do Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil.