Segundo o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Cemaden, as enchentes no Rio Grande do Sul representam um fenômeno de magnitude impressionante, afetando não apenas a população, mas também a produção agropecuária, uma vez que o estado é o maior produtor de arroz do Brasil. A extensão territorial atingida pelas enchentes é outro ponto que chama a atenção, abrangendo dois terços do estado e afetando inclusive a capital Porto Alegre.
O secretário-executivo do Iclei da América do Sul, Rodrigo Perpétuo, também destaca a amplitude do desastre, que se sobrepõe a tragédias anteriores, como as ocorridas em São Sebastião e na região serrana do Rio de Janeiro. Os impactos das enchentes são visíveis nas imagens de satélite, que indicam danos severos em diversas localidades, como Eldorado do Sul, Canoas e São Leopoldo.
Diante do cenário devastador, as autoridades locais e especialistas já discutem a necessidade de reconstrução e modernização das cidades para torná-las mais resilientes a fenômenos climáticos extremos. Estima-se que o investimento necessário para restabelecer as estruturas danificadas possa chegar a R$ 100 bilhões, considerando a reconstrução de pontes, estradas, redes de energia, saneamento, entre outras.
A reconstrução das cidades gaúchas demandará um cuidadoso planejamento e engajamento da comunidade local, visando à prevenção de novas tragédias causadas por eventos climáticos extremos. A necessidade de adaptação e modernização das infraestruturas urbanas é urgente e se torna cada vez mais essencial diante do aumento do volume de chuvas na região.