O Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da UFES, coordenado por Malini, tem investigado a propagação de informações falsas nas redes sociais em relação ao desastre climático ocorrido no Rio Grande do Sul. O pesquisador destaca que a desordem informacional gerada por eventos catastróficos interfere no equilíbrio social, aumentando a incerteza e tornando as pessoas mais propensas a acreditar em notícias falsas.
Recentemente, o Labic realizou um levantamento na rede social X (antigo Twitter) e constatou que, apesar da mobilização em torno do auxílio às vítimas das chuvas no estado, também há uma alta disseminação de fake news. Essas informações enganosas podem causar confusão e prejudicar os esforços de ajuda à população afetada.
Um exemplo mencionado por Malini é o boato de que caminhões com doações estavam sendo retidos pelas autoridades para o pagamento de impostos, o que gerou hesitação nas pessoas em realizar doações. Além disso, a desinformação pode ser utilizada de forma mais sutil, como na generalização de situações pontuais, o que pode resultar em danos e até mesmo mortes.
Outro ponto destacado pelo pesquisador é o uso da desinformação como instrumento de radicalização política, onde influenciadores e políticos de oposição distorcem os fatos para desacreditar as autoridades governamentais. Em momentos de crise emocional intensa, é comum a culpabilização das autoridades, o que pode levar à desvalorização da ação estatal e prejudicar a organização da população.
Diante desse cenário, fica evidente a importância de combater a propagação de fake news e promover a verificação de informações antes de compartilhá-las nas redes sociais, especialmente em situações de emergência e desastres naturais. A conscientização sobre os riscos da desinformação é fundamental para garantir que a ajuda às vítimas seja efetiva e para preservar a integridade das comunidades afetadas.