A decisão do Copom foi justificada pela conjuntura atual, que apresenta um estágio do processo desinflacionário mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador. O encontro, que ocorreu na semana passada, resultou na sétima redução consecutiva da Selic, porém com a diminuição da velocidade do corte.
O aumento da volatilidade nos mercados financeiros globais, a desaceleração da economia americana e a persistência da inflação em diversos países foram citados como fatores que contribuíram para a decisão do Copom. Além disso, a desancoragem das expectativas de inflação foi apontada como um dos principais motivos para a cautela do Comitê.
O impacto da política fiscal, a resiliência do mercado de trabalho e o desempenho da atividade econômica brasileira no primeiro trimestre de 2024 também foram considerados pelo Copom. A decisão de reduzir a taxa Selic foi tomada visando suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego, sem prejudicar o objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços.
As projeções para a inflação, divulgadas no último Relatório de Inflação do BC, apontam para uma desaceleração em ritmo mais lento em 2024, principalmente devido à alta dos preços de alimentos e combustíveis. O Copom destacou a importância do fortalecimento da credibilidade e da reputação das instituições e dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira.
A próxima versão do Relatório de Inflação, que será divulgada no fim de junho, poderá trazer novas projeções e análises sobre a trajetória da economia brasileira. O Copom continuará acompanhando os desdobramentos econômicos, incluindo os impactos da tragédia climática no Rio Grande do Sul, e mantendo sua postura cautelosa diante do cenário global incerto.