Copom do Banco Central mantém cautela e não prevê novos cortes na Selic em meio a cenário desafiador de inflação

Na última terça-feira (14), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou a ata de sua última reunião, mostrando preocupação com as expectativas de inflação acima da meta e considerando um cenário macroeconômico mais desafiador do que o previsto anteriormente. Os membros do Copom decidiram não prever novos cortes na taxa Selic, os juros básicos da economia, enfatizando a importância do compromisso de convergência da inflação à meta.

A decisão do Copom foi justificada pela conjuntura atual, que apresenta um estágio do processo desinflacionário mais lento, expectativas de inflação desancoradas e um cenário global desafiador. O encontro, que ocorreu na semana passada, resultou na sétima redução consecutiva da Selic, porém com a diminuição da velocidade do corte.

O aumento da volatilidade nos mercados financeiros globais, a desaceleração da economia americana e a persistência da inflação em diversos países foram citados como fatores que contribuíram para a decisão do Copom. Além disso, a desancoragem das expectativas de inflação foi apontada como um dos principais motivos para a cautela do Comitê.

O impacto da política fiscal, a resiliência do mercado de trabalho e o desempenho da atividade econômica brasileira no primeiro trimestre de 2024 também foram considerados pelo Copom. A decisão de reduzir a taxa Selic foi tomada visando suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego, sem prejudicar o objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços.

As projeções para a inflação, divulgadas no último Relatório de Inflação do BC, apontam para uma desaceleração em ritmo mais lento em 2024, principalmente devido à alta dos preços de alimentos e combustíveis. O Copom destacou a importância do fortalecimento da credibilidade e da reputação das instituições e dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira.

A próxima versão do Relatório de Inflação, que será divulgada no fim de junho, poderá trazer novas projeções e análises sobre a trajetória da economia brasileira. O Copom continuará acompanhando os desdobramentos econômicos, incluindo os impactos da tragédia climática no Rio Grande do Sul, e mantendo sua postura cautelosa diante do cenário global incerto.

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