Segundo o diretor, as autoridades iranianas continuam a perseguir e interrogar a equipe, elenco e familiares envolvidos na produção de seu filme, alegando que foram manipulados a participar do projeto e que não conheciam o teor da história. Rasoulof foi condenado por crimes de segurança nacional relacionados à produção de filmes e documentários, além de ter seus bens confiscados.
Em seu comunicado, Rasoulof criticou duramente o sistema judicial iraniano, denunciando as violações constantes e sistemáticas dos direitos humanos perpetradas pela República Islâmica. O cineasta se mostrou especialmente indignado com a imposição de penas de morte a manifestantes e ativistas de direitos civis. Ele afirmou que se opõe de forma veemente à decisão injusta que o forçou ao exílio, mas ressaltou que as decisões do judiciário iraniano têm sido tão cruéis e estranhas que ele mal pode reclamar de sua própria sentença.
Cabe destacar que em 2022, Rasoulof foi condenado a um ano de prisão e proibido de fazer filmes sob a acusação de “propaganda contra o sistema”. Em julho do mesmo ano, ele foi preso, sendo posteriormente libertado em fevereiro de 2023 para cumprir a pena em casa por motivos de saúde. No ano passado, Rasoulof foi selecionado para integrar o júri do Festival de Cannes, mas recusou o convite devido às restrições que lhe impediam de sair do Irã.
A situação do aclamado diretor Mohammad Rasoulof destaca os desafios enfrentados por artistas e realizadores que enfrentam perseguição e censura em regimes autoritários, reforçando a importância da liberdade de expressão e dos direitos humanos no cenário artístico e cultural global.