O professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociências da UFRGS, destaca a dificuldade em prever a duração do período de alagamento na região metropolitana e ressalta que o quadro de enchentes ainda está em andamento, sem perspectiva de melhora nos próximos dias. Além das chuvas no continente, a situação do oceano Atlântico também influencia no escoamento da água, com ventos contrários e maré alta devido a tempestades e ciclones na região oceânica.
A localização de Porto Alegre em relação ao mar e ao Planalto Meridional contribui para a dificuldade no escoamento da água, já que a cidade está às margens do lago Guaíba, que recebe o fluxo dos principais rios que nascem no interior do estado. A situação atual aponta para um risco de novos picos de enchentes, especialmente com previsões de chuvas para o próximo fim de semana.
O professor Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, alerta para a continuidade do aumento do nível da água do Guaíba e reforça a necessidade de precaução da população em áreas alagadas. A preocupação com as encostas, devido ao solo encharcado, também cresce. A recuperação da cidade será gradual, passando por diferentes fases até a reconstrução completa.
É importante ressaltar que soluções mirabolantes, como a criação de canais para acelerar o escoamento da água, podem não ser eficazes, de acordo com os especialistas. O momento requer cautela e planejamento para lidar com a situação das enchentes em Porto Alegre e região, priorizando a segurança e o bem-estar da população.