A história de Cássio se entrelaça com a de tantos outros desabrigados que encontraram abrigo no ginásio da PUC-RS. Lucirene da Silva, diarista de Humaitá, bairro ainda submerso, também se viu na busca por reconstruir sua documentação e, com isso, recomeçar. “É um jeito de mostrar que estamos vivos”, comentou Lucirene, representando a resiliência e o espírito de superação que se vê entre os atingidos.
A emissão de documentos básicos, como certidões de nascimento e casamento, é apenas um pequeno passo em meio a uma longa jornada de reconstrução. A tragédia deixou um rastro de destruição, com centenas de mortos, desaparecidos e feridos, além de milhares de residências alagadas e cidades inteiras submersas.
A retomada da cidade apresenta inúmeros desafios. Serviços essenciais, como água e energia, ainda são limitados em diversas regiões. A situação é dramática, com bairros inteiros sem abastecimento regular. A comunidade se une em um esforço conjunto, improvisando soluções e buscando formas de ajudar uns aos outros.
Por outro lado, a cidade começa a dar sinais de esperança. A abertura de um corredor humanitário, liberando o acesso restrito a caminhões de suprimentos, é um passo importante para a reconstrução. A sociedade civil se mobiliza, os serviços de saúde se ajustam e a educação se adapta para atender às necessidades emergenciais.
A tragédia deixou marcas profundas, mas também revelou a força e solidariedade do povo gaúcho. Porto Alegre se reergue aos poucos, com a certeza de que, juntos, será possível superar os obstáculos e reconstruir o que as águas levaram. É um caminho longo e árduo, mas a esperança e a determinação guiam o povo nesse processo de reconstrução.