Indígenas guarani lutam por aprovação de projeto de lei para salvar a mata atlântica em São Paulo e evitar crises climáticas.

Em São Paulo, a luta dos indígenas guarani mbya pela preservação da Mata Atlântica ganha destaque com o projeto de lei nº 181/2016, conhecido como Cinturão Verde Guarani, em tramitação na Câmara Municipal da capital paulista. A aprovação deste texto é fundamental para garantir a proteção das florestas e dos recursos hídricos do bioma, que estão ameaçados pela devastação e pelas mudanças climáticas.

Durante a celebração de dez anos do programa Aldeias, da Secretaria Municipal de Cultura, lideranças dos territórios Jaraguá e Tenondé Porã reforçaram a importância da aprovação da lei para evitar o agravamento da crise climática. Eles acreditam que as enchentes que afetam o Rio Grande do Sul estão relacionadas à destruição dos biomas no Brasil, e alertam que a preservação ambiental é essencial para mitigar os efeitos dos desastres naturais.

Jera Guarani, liderança da aldeia Kalipety, da Terra Indígena Tenondé Porã, destaca que os indígenas têm alertado há muito tempo sobre as mudanças climáticas e a importância da proteção do meio ambiente. Ela ressalta que os indígenas sofrem as consequências da inação, perdendo suas casas e seus bens devido aos desastres naturais decorrentes da destruição ambiental.

A Comissão Guarani Yvyrupá, formada por lideranças dos povos guaranis do Sul e Sudeste do Brasil, tem atuado para alertar sobre os impactos da destruição ambiental e das mudanças climáticas. Mais de 8.000 famílias indígenas foram afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, demonstrando a urgência da preservação ambiental.

O Cinturão Verde, segundo a liderança guarani, não representaria um grande custo para os cofres públicos, levando em consideração a economia de São Paulo. Além de proteger a Mata Atlântica, a lei visa garantir a continuidade da cultura guarani, que é essencial para o modo de vida do povo.

Enquanto o projeto de lei aguarda aprovação desde 2016, o programa Aldeias tenta manter viva a cultura guarani no pouco de terra que resta da Mata Atlântica. O professor Tupã Jurandi, da Terra Indígena Jaraguá, destaca os avanços proporcionados pelo programa, como o reflorestamento e a revitalização da meliponicultura, prática essencial para os rituais tradicionais dos guaranis mbya.

O programa da Secretaria Municipal de Cultura busca fortalecer e promover expressões culturais tradicionais, através da contratação de agentes culturais e da parceria com o Centro de Trabalho Indigenista. Essas iniciativas são essenciais para garantir a preservação da cultura e do meio ambiente, contribuindo para a sustentabilidade e o bem-estar das comunidades indígenas.

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