Segundo a carta assinada pela “Equipe Redenção na Rua”, os funcionários enviaram o documento a órgãos da prefeitura e ao secretário municipal de Projetos Estratégicos, Edsom Ortega. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) negou as alegações de internações sem autorização judicial e defendeu que o serviço denunciado pelos servidores oferece acolhimento multidisciplinar para dependentes químicos.
As denúncias se concentram no Serviço de Cuidados Prolongados (SCP) da Afne, que realiza internações compulsórias na cracolândia. Enquanto o programa Redenção na Rua adota uma política de redução de danos, os servidores afirmam que o SCP tem intensificado as internações forçadas. Relatos apontam que profissionais do SCP oferecem bebida alcoólica, comida e refrigerante aos usuários como forma de barganha para convencê-los a se internarem.
Além disso, a carta menciona Aglaé Amaral Souza, coordenadora do SCP, que foi investigada em 2007 pelo assassinato de um servidor público em Salvador. As acusações não foram comprovadas, mas essa informação é destacada pelos servidores como um ponto crítico da situação.
A prefeitura respondeu às denúncias afirmando que a internação compulsória só é autorizada por juízes de direito e que todas as alternativas terapêuticas são oferecidas aos pacientes de forma voluntária.
As alegações dos servidores evidenciam um conflito de interesse entre a abordagem de redução de danos do programa Redenção na Rua e as práticas de internação compulsória adotadas pelo SCP. A situação na cracolândia continua a gerar debate sobre a melhor forma de lidar com o problema da dependência química e integrar os usuários de drogas de forma mais humana e eficaz.