Um estudo realizado em 2023 identificou 371 campi universitários e institutos de pesquisa atuando na formação de profissionais de alto nível nas cidades médias da Amazônia. No entanto, muitos desses egressos acabam migrando para atividades pouco qualificadas ou para grandes centros urbanos devido à falta de oportunidades na região. Para reverter esse cenário, o físico Ennio Candotti, em uma proposta apresentada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão, sugere integrar esses profissionais em iniciativas que valorizem as florestas, promovam melhorias e fortaleçam a cidadania na Amazônia.
A sustentabilidade econômica e social da região depende do uso consciente dos recursos florestais, respeitando os conhecimentos locais e valorizando as potencialidades da região. Profissionais de diversas áreas, como economistas, biotecnólogos, agrônomos e engenheiros florestais, estão prontos para contribuir com o desenvolvimento sustentável da Amazônia, incorporando o conhecimento local em projetos que promovam a eficiência produtiva, a industrialização e o desenvolvimento de novas cadeias de valor.
Apesar dos avanços conquistados, as instituições de ensino da Amazônia ainda enfrentam desafios estruturais herdados de tempos coloniais, que perpetuam desigualdades socioeconômicas na região. Investimentos territoriais e a formação de competências locais são essenciais para expandir os sistemas produtivos sustentáveis e garantir serviços de cidadania para as populações amazônicas.
Nesse contexto, a valorização do conhecimento local, a integração dos profissionais formados na região em iniciativas sustentáveis e o fortalecimento das instituições de ensino são passos fundamentais para promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental da Amazônia. É necessário criar oportunidades que incentivem a permanência dos talentos locais e que ampliem as possibilidades de atuação desses profissionais em prol da sustentabilidade da região.