Segundo informações apuradas pela reportagem, o idoso não tinha qualquer envolvimento com a situação que levou à abordagem dos policiais. O disparo fatal teria sido acidental, ocorrendo durante a abordagem a dois homens que estavam em uma moto. O sargento responsável pelo tiro afirmou que a ação foi não intencional e acabou atingindo o idoso enquanto passava pela calçada.
O episódio tomou contornos ainda mais graves quando se descobriu que o crime não foi imediatamente comunicado à Polícia Civil, órgão responsável pela investigação de homicídios praticados por policiais militares. Os envolvidos na ocorrência optaram por apresentá-la em uma unidade da própria corporação, que, por sua vez, autuou o sargento em flagrante e encaminhou o caso para o Tribunal de Justiça Militar.
Essa conduta gerou revolta entre delegados ouvidos pela reportagem, que classificaram a atuação da Polícia Militar como arbitrária, ilegal e inconstitucional. Para eles, a morte de Clóvis Marcondes de Souza deveria ter sido investigada pela Polícia Civil, em conformidade com os procedimentos legais.
O Ministério Público afirmou que estará acompanhando de perto as investigações do caso, garantindo que a justiça seja feita. O advogado criminalista Roberto Tardelli criticou a postura da PM, apontando que houve uma usurpação de competência ao não permitir a devida investigação sobre o ocorrido.
Diante da gravidade do caso, o sargento responsável pelo disparo passou por uma audiência de custódia no Tribunal de Justiça Militar, onde teve a prisão preventiva decretada. Novas diligências serão realizadas para esclarecer se o homicídio foi culposo ou doloso, cabendo à Justiça comum definir o desfecho do processo.
É importante ressaltar que a conduta dos policiais envolvidos não seguiu os protocolos estabelecidos pela própria Secretaria da Segurança Pública, o que levanta questionamentos sobre a forma como as autoridades lidam com casos envolvendo intervenção policial. A população aguarda por respostas e por uma investigação transparente e imparcial para que a justiça seja feita em nome de Clóvis Marcondes de Souza.