O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-MA), informou que Paulo Cabral conseguiu um habeas corpus que permitia que ele ficasse em silêncio na CPI, mas não se ausentasse. Com a ausência do profissional, a CPI tomou medidas legais para garantir sua presença na próxima semana e depoimento sobre as questões relacionadas à investigação.
O relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), elaborou e teve aprovado um requerimento para a quebra dos sigilos de Paulo Cabral de Melo. A Braskem está sendo investigada pela extração de sal-gema em Maceió, que causou o deslocamento de 40 mil pessoas de seus lares.
Com a quebra dos sigilos, a CPI terá acesso a informações como ligações telefônicas feitas pelo ex-engenheiro desde 2005, documentos armazenados no Google, informações sobre suas contas no Whatsapp, redes sociais, além dos sigilos bancário e fiscal desde 1976.
O ex-diretor do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Thales de Queiroz Sampaio, afirmou na CPI que os danos causados pela mineração de sal-gema em Maceió poderiam ter sido evitados se a Braskem tivesse respeitado as normas de segurança exigidas. Ele argumentou que o monitoramento constante, que faltou na operação da empresa, é essencial para garantir a segurança e a sustentabilidade da atividade.
Desde 2019, quase 40 mil pessoas tiveram que deixar suas casas devido aos problemas causados pela extração de sal-gema pela Braskem em Maceió. Os tremores de terra provocados pela atividade da empresa resultaram em rachaduras e desabrigaram milhares de pessoas, transformando bairros antes movimentados em regiões praticamente desertas. Em dezembro do ano passado, novos tremores voltaram a assustar as famílias que ainda não haviam saído da região.