Fundada em 1991 por discípulos do polêmico líder espiritual indiano Osho, o sítio conhecido como “sítio dos pelados” tem como proposta terapêutica a prática de uma sexualidade livre, baseada em conceitos da terapia bioenergética e meditações ativas. Inspirada no movimento liderado por Osho nas décadas de 1970 e 1980, a comunidade gaúcha tem como foco principal a libertação de bloqueios e traumas ligados à repressão sexual.
No entanto, ex-integrantes da comunidade relatam uma realidade obscura por trás das práticas terapêuticas. Segundo eles, foram vítimas de manipulações, humilhações e até mesmo agressões físicas durante o tempo em que estiveram envolvidos com o método da Comuna. Denúncias foram feitas ao Ministério Público do Rio Grande do Sul, que ainda está investigando o caso.
Prem Milan, líder da Comunidade Osho Rachana, se defende das acusações, alegando que as práticas terapêuticas tinham caráter voluntário e que ninguém era forçado a participar. Ele nega qualquer forma de violência física ou psicológica e refuta a ideia de que a comunidade funcionava como uma seita.
No entanto, relatos de ex-integrantes apontam para um cenário de opressão e coerção dentro da comunidade, onde as mulheres eram alvo preferencial de tratamentos humilhantes e constrangimentos. A acusação de “cura gay” também foi levantada por alguns denunciantes, que afirmam terem sido submetidos a práticas que visavam alterar sua orientação sexual.
O caso levanta questionamentos sobre o limite entre terapia e abuso dentro de comunidades espirituais e terapêuticas, evidenciando a importância da investigação e proteção dos direitos dos participantes. Enquanto as denúncias seguem em análise, a Comunidade Osho Rachana e seu líder Prem Milan tentam se defender das acusações, que colocam em xeque a integridade das práticas terapêuticas promovidas pelo grupo.