Em uma entrevista à TV Brasil, o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operação e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), explicou que a combinação de diversos fatores está por trás desse fenômeno. A presença de uma onda de calor na região central do Brasil, juntamente com uma alta pressão atmosférica, tem contribuído para a formação de ar seco e quente, bloqueando o avanço das frentes frias para o norte do país.
Segundo Seluchi, as frentes frias que chegam da Argentina acabam se tornando estacionárias na Região Sul, mantendo as chuvas por vários dias consecutivos. Além disso, o meteorologista não descarta a influência do El Niño e das mudanças climáticas, que têm contribuído para o aumento da umidade atmosférica e a formação de chuvas intensas.
A previsão é de que os temporais continuem nos próximos dias, devido a um sistema de bloqueio no Oceano Pacífico que afeta o Brasil. Seluchi alerta que a situação deve se manter pelo menos até sábado, com volumes de chuva superiores a 250 milímetros, especialmente na porção centro-norte do estado. Somente no domingo é que as chuvas devem começar a perder força.
O meteorologista ressalta que a absorção do volume de água também deve demorar vários dias para se normalizar, e que o nível do Lago Guaíba, em Porto Alegre, pode subir até cinco metros até sexta-feira. Ele destaca que esse cenário é considerado inédito para o estado e um dos maiores desastres do país, devido à abrangência territorial das chuvas.