A principal causa dessa piora é a redução do superávit comercial, que teve uma queda de US$ 4,2 bilhões. Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, essa redução se deve, principalmente, à queda nas exportações causada pela diminuição dos preços internacionais das commodities, como soja e petróleo, que são dois dos principais produtos exportados pelo Brasil.
Além disso, os déficits em serviços e renda primária, que incluem o pagamento de juros e lucros de empresas estrangeiras, também contribuíram para o resultado negativo nas transações correntes. O déficit acumulado em 12 meses até março de 2024 foi de US$ 32,606 bilhões, representando 1,46% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Apesar desses resultados desfavoráveis, o chefe de estatísticas do BC afirmou que as transações correntes têm um cenário bastante robusto, com a perspectiva de redução nos déficits em 12 meses, principalmente devido aos resultados positivos da balança comercial. Ele ressaltou que esse déficit externo é financiado por capitais de longo prazo, principalmente por investimentos diretos no país, que são considerados de boa qualidade e demonstram a solidez da posição externa do Brasil.
Em relação aos investimentos diretos no país (IDP), houve um aumento significativo em março, atingindo US$ 9,591 bilhões, o maior valor para o mês desde 2012. No acumulado do primeiro trimestre de 2024, o déficit nas transações correntes ficou em US$ 14,398 bilhões, contra US$ 12,620 bilhões no mesmo período de 2023.
A balança comercial, as exportações de bens, as despesas em serviços e renda primária, assim como os investimentos no país e as reservas internacionais foram alguns dos pontos abordados na divulgação dos dados das contas externas do Brasil. A expectativa é que os investimentos diretos no país continuem crescendo ao longo do ano, conforme previsto pelo Banco Central em seu último Relatório de Inflação.