Tancredo, por sua vez, defendeu um governo de transição, com um presidente de mandato-tampão, para guiar situação e oposição na escolha do sucessor de Figueiredo. Essa postura dividiu opiniões e provocou intensas discussões na época.
O clima em Brasília e Belo Horizonte era de apreensão e tensão, com medidas de emergência sendo decretadas, como censura e suspensão da liberdade de reunião. Em Belo Horizonte, a Polícia Militar, supostamente sob o comando de Tancredo, impediu passeatas e prendeu líderes dos apoiadores das diretas, gerando revolta na população.
Apesar da derrota da campanha pelas Diretas Já, Tancredo Neves foi eleito presidente da República de forma indireta, com amplo apoio da situação e oposição, além de contar com a aprovação de 80% dos brasileiros. Sua postura conciliadora e estratégica durante esse período político conturbado foi fundamental para a transição do regime militar para a democracia.
No cenário eleitoral da época, outros candidatos despontavam, como Aureliano Chaves, Leonel Brizola, Paulo Maluf, Luiz Inácio Lula da Silva e Ulysses Guimarães. Tancredo Neves, com sua postura cautelosa e estratégica, conquistou o apoio necessário para se tornar presidente e encerrar o regime militar no Brasil.
Com sua eleição, Tancredo sepultou o regime militar e abriu caminho para um novo momento na história política do país. Sua capacidade de diálogo e de negociação foram essenciais para esse processo, mostrando que, mesmo em tempos de crise e polarização, a conciliação pode ser uma alternativa viável para superar os desafios políticos e sociais.