A professora Clarisse Goulart Paradis, vice-presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia, ressaltou a importância dessa retomada, destacando a dificuldade enfrentada pela comunidade acadêmica, como a falta de salas de aula, transporte público e residência universitária. A falta de recursos também afetou o investimento por estudante na Unilab, que reduziu em 15,8% entre 2014 e 2022, de acordo com o Dieese.
A situação vivenciada pela Unilab é reflexo de uma realidade mais ampla que afeta outras instituições federais de ensino superior no país. A paralisação de professores e funcionários em diversas universidades demonstra a necessidade urgente de recomposição do orçamento do setor, que sofreu cortes e reduções significativas nos últimos anos.
A expansão e qualidade das universidades federais foram afetadas negativamente, com cortes de verbas e consequente impacto nas pesquisas, publicações e assistência estudantil. A situação se refletiu nos indicadores de qualidade, com a queda de posições de várias universidades brasileiras em rankings internacionais. A economista Mariel Angeli Lopes alerta que a falta de recursos compromete não só a pesquisa e formação acadêmica, mas também a capacidade de fornecer bolsas e investir em infraestrutura.
Apesar dos desafios, a comunidade acadêmica reconhece os esforços do governo em buscar soluções para as universidades federais. No entanto, é fundamental garantir não só a democratização do acesso ao ensino superior, mas também a manutenção e melhoria da qualidade das instituições. O futuro das universidades federais no Brasil depende de investimentos adequados e políticas públicas eficazes para garantir uma educação superior de excelência e acessível a todos.